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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quilos a menos por um ponto a mais

 Ana Carolina RestonLembramos de Ana Carolina Reston a modelo que morreu aos 21 anos de idade com infecção generalizada vítima do distúrbio psiquiátrico que mais mata no mundo. Com uma taxa de mortalidade que já está maior que a depressão e o alcoolismo. A modelo tinha 1,72 metro de altura e pesava 40 quilos na ocasião. Estava aproximadamente 20 quilos abaixo do peso normal. Seu índice de massa corporal (IMC) era de 13,5, muito abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, de 18,5. Vendo isso pensamos:

O que leva uma moça aparentemente bem-sucedida a parar de comer, desenvolvendo o distúrbio psiquiátrico que acaba por provocar a morte por inanição?

Até que ponto uma cultura que valoriza a magreza feminina pode estar criando uma geração de mulheres potencialmente anoréxicas?

E em que medida a profissão de modelo constitui um grupo de risco para a doença?

Para responder às três perguntas, é necessário entender a mente de uma anoréxica. Carolina, em sua tragédia, é um bom exemplo. Num chat certa vez ela comentou uma viagem de trabalho em visita à baía de uma cidade chinesa, que observou como barcos pesqueiros pequenos disputavam os peixes com embarcações maiores e mais bem equipadas. "Os pequeninos estavam sempre lá. Gostei da persistência", escreveu. Consciente de que nunca seria um "barco equipado" como Gisele Bündchen, Carolina era persistente e disciplinada, e trabalhava duro para conseguir seus "peixes". Para ela, ser persistente e disciplinada significava perder peso. Aos 21 anos, estava iniciando sua carreira e em 2004, foi estrela de um catálogo da grife francesa Dior - chegou a morar de favor no México no ano passado, por não encontrar trabalho.

No final de 2005 a agência de modelos L’Equipe conseguiu trabalho para ela no Japão. Foi nesta época que os sintomas da doença começaram a se manifestar. Ela estava com 46 kg e tomava remédios para emagrecer. Quando chegou aos 42kg desmaiou em uma sessão de fotos e foi para o hospital. No Brasil, ela foi encaminhada ao psicólogo Marco Antonio De Tommaso, mas não compareceu a nenhuma sessão do tratamento.

Carolina por ser de uma família de classe média estava desiludida com a profissão, ela disse em um chat: "Achei que fosse o meio mais fácil de ganhar dinheiro, mas é bem difícil chegar a algum lugar",

Em geral, as anoréxicas são, como Carolina, rígidas, meticulosas e perfeccionistas. Traçam metas muito elevadas de realização e êxito. Por isso, são ótimas profissionais. E têm como princípio não perder o controle das situações. Assim como Carolina, não acham que estão doentes. Pensam que o mundo deve aceitar o corpo que elas têm e que elas julgam perfeito. É difícil motivar um anoréxico a aderir aos cuidados médicos. O tratamento costuma ser feito com psicoterapia e reeducação alimentar. Antidepressivos também são utilizados. Nos casos mais graves, a internação em um hospital psiquiátrico é a única saída.

A recusa em aceitar o tratamento, segundo a ciência, pode ter também razões químicas. Sentir fome deixa qualquer um nervoso, mas sentir muita fome pode ter o efeito oposto. A fraqueza por falta de alimentos impede que chegue ao cérebro uma substância conhecida como triptofano que é essencial para a produção de uma molécula estimulante chamada serotonina. "Ao comer menos, as anoréxicas reduzem a atividade da serotonina no cérebro". Isso cria uma sensação de calma, ao mesmo tempo que elas estão morrendo de desnutrição." Uma frase escrita por uma anoréxica brasileira na internet ilustra isto: "Minha rotina diária inclui a contagem de calorias. Elas ocupam boa parte de meu tempo e de minha vida, cada dia é uma pequena vitória. Uma maçã em vez de duas, meia barra de cereal, e assim vão passando os dias. Quando você menos esperar, a comida não vai mais fazer falta".

Existem blogs na rede e comunidades no Orkut que são feitos por anoréxicas que tentam disseminar a idéia de que a anorexia não é uma doença mas um estilo de vida. São muito utilizadas as gírias "ana", que significa anorexia, e "mia", que se refere a bulimia - distúrbio que leva a garota a comer compulsivamente e depois vomitar. Eis algumas frases de anoréxicas que ajudam a entender como funciona a mente das que são afetadas pela doença:

- Acordo e mal faço o básico. Aproveito que ainda é cedo e subo na balança. Não acredito! Desço e pego a fita métrica. Como é possível??? Após um dia inteiro de no food, só ter emagrecido meio quilo???

- A diferença de nós (anas) para os outros é que fazemos por merecer (a magreza), pois um dia (em breve) magras e felizes seremos. Só depende de nós.

- O que fazer com todas aquelas calorias dentro de mim me engordando ainda mais? Acertou quem disse: enfiar o dedo na garganta e uma noite interminável por causa de laxante.

- Estou me cuidando!!! Eu preciso é ser magra. Preciso ver meus ossos. Quando me olhar no espelho, quero admirar o que eu vejo, e não sentir nojo e uma infinita tristeza. Quero me ver magra, e não essa imagem desfigurada de uma menina cada dia mais infeliz com o próprio corpo.

- Não coma mais de 200 calorias por dia. Dá um enorme sentimento de culpa.

- Ninguém entende que a anorexia é uma escolha, uma dieta, um estilo de vida que não tem nada a ver com instabilidade emocional.

Os sites também ensinam a esconder a "ana" e a "mia" dos pais, dando conselhos nesse sentido. Um exemplo: "Acorde de madrugada para fazer exercícios enquanto seus pais estão dormindo".

Como reconhecer que uma garota está ficando anoréxica?

Os especialistas dizem que os pais devem realmente se preocupar quando os filhos:

• Evitam fazer refeições com a família;

• Ao comer em público, escondem parte da comida em guardanapos como se comer fosse feio;

• Usam roupas largas;

• Vasculham sites sobre anorexia.

Mas eu sei e vocês devem saber e divulgar que a anorexia é um distúrbio da mente a distorção da própria imagem com reflexos devastadores sobre o corpo e que 95% dos casos ocorre em mulheres.

Ajude anoréxicos enquanto você tiver tempo

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PROATA

Programa de Orientação e Assistência a Pacientes com Transtornos Alimentares. È um Programa do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo desde 1994, iniciou por meio da reunião de profissionais pesquisando e assistindo pacientes com transtornos alimentares. Composto por uma equipe de profissionais e estagiários de psicologia e nutrição.

Objetivos:

*Oferecer aperfeiçoamento em transtornos alimentares para os profissionais de nível superior da área da saúde;

*Prestar assistência especializada no campo de transtornos alimentares;

* Propiciar um espaço de ensino teórico e prático;

*Desenvolver pesquisas na área.

Mais informações em :

http://www.unifesp.br/dpsiq/site_proata/quemsomos.html

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Autoconfiança

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era o seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.
O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo.
Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras.
Num dos remos estava entalhada a palavra “acreditar” e no outro, “agir”.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força.
O barco, então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.
Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor.
Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então, o barqueiro disse ao viajante:
_ este barco pode ser chamado de autoconfiança, e a margem é a meta que desejamos atingir.
Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: agir e acreditar.
Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também agir, para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.

CONCLUSÃO
Agir e acreditar. Impulsionar a nossa vida com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, será preciso remar até contra a maré dos pessimistas e invejosos.

Fonte:Prof. Osmar Coutinho

Podemos afirmar que se quisermos melhorar nossa vida ... e nos livrar deste mal que é a anorexia , além do tratamento médico e psicológico que jamais devemos abandonar, temos principalmente que querer , acreditar e confiar que vamos mudar... e assim teremos uma vida normal...

Nestas três últimas semanas da minha vida aprendi que posso ser feliz , que posso ter sonhos , que posso confiar em mim, que sou diferente porque todos são diferentes... que posso ter amigos e o melhor de tudo que posso falar com eles...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Luta contra Anorexia

Fernanda do Valle , no seu livro Eu, ele e a enfermeira... na luta contra a anorexia, lançado pela Clio Editora , relata traumas e vitórias contra anorexia nervosa . Superar esta doença que silenciosamente afeta milhares de pessoas. O depoimento traz a proposta de conscientização e alerta às pessoas buscam um padrão de beleza imposto pela sociedade submetendo-se aos mais variados tipos de dietas e acabam tendo este tipo de doença.

O livro expõe também as dificuldades de aceitação, as fases da doença, a necessidade do apoio familiar e a recuperação de Fernanda que aos 30 anos, aceitou se cuidar e tratar desse distúrbio alimentar que a acompanhava desde os 12.

Durante sua internação para tratamento da doença, a autora relata em trechos do livro sua preocupação exagerada com o peso, a distorção da imagem corporal, sua dificuldade em aceitar o tratamento e a luta intensa contra os pensamentos obsessivos pela magreza.

Ela não desistiu da vida !!