Um estudo conduzido por psiquiatras britânicos apontou que a anorexia pode ser causada por uma forte exposição hormonal dentro do útero.
Os pesquisadores da Universidade de Sussex afirmam que uma superprodução de estrogênio pelas mães pode afetar a estrutura cerebral do bebê, tornando-o mais suscetível a desenvolver a desordem alimentar na vida adulta.
O estudo, publicado na revista especializada "Archives of General Psychiatry", analisou registros das gestações de milhares de gêmeos suecos armazenados numa base de dados.
Eles descobriram, sem surpresa, que o risco de anorexia foi maior entre as gêmeas do que entre os gêmeos, já que a doença se manifesta mais entre meninas do que entre meninos.A explicação para isso, afirmam os especialistas, é que o estrogênio é necessário para desenvolvimento do feto feminino, mas "uma grande produção do hormônio pode afetar a estrutura do cérebro".
Causa genética
A novidade veio quando os pesquisadores analisaram os gêmeos de sexos opostos. Eles perceberam que meninos que foram gerados junto com meninas tiveram dez vezes mais chances de desenvolver anorexia.
"Nós sabemos que o estrogênio e outros hormônios têm grande efeito no organismo e parece que houve uma grande produção do estrogênio pelas mães em alguns dos casos analisados. O estrogênio presente no líquido amniótico que banha os bebês foi engolido pelos fetos femininos e masculinos", explicou Marco Procopio.
Ainda segundo Procopio, o estudo prova que "há uma causa genética para a doença" e contesta a teoria de que as meninas são mais vulneráveis à anorexia por causa das "imagens de modelos magérrimas".
O especialista acredita que no futuro será possível monitorar as gestações para evitar que as mães produzam estrogênio em excesso.
Fonte: BBC Brasil