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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Depoimento: Mais uma vida salva...

"Foi muito bom encontrar este site, gostaria muito de alertar essas adolescentes que estão correndo perigo com essa modinha de anorexia nervosa. Uma doença que pegou no Brasil inteiro sem que ninguém percebesse. Comigo também foi assim, tudo começou quando meus pais decidiram passar as ferias na minha casa da praia, eu coloquei na minha cabeça que tinha que emagrecer de qualquer jeito pois como iria colocar biquíni perto dos garotos!!??. . . Como ia me divertir no meio de toda aquela multidão e todos me olhando por que me achava GORDA!!??. . . minha imaginação ia além do possível, eu pensava coisas que não era realidade, e na verdade eu nunca fui gorda, e nem magra eu era normal, tinha um corpinho legal, mais não estava satisfeita com que eu era. Os dias foram se passando e eu cada vez mais piorando, a cada dia eliminava uma coisa do meu cardápio, parei de almoçar, não comia nada e logo após as refeições eu ia ao banheiro, tentava vomitar mais não conseguia. . . Me sentia arrependida, sozinha, e achava que ninguém gostava de mim. . . me olhava no espelho e me achava a garota mais feia do mundo e que era odiada por todos, me via um elefante em frente ao espelho. . . Fiquei com trauma e passei a nunca mais olhar para o espelho . Chegava na hora do almoço eu colocava bastante comida para todos acharem que estava comendo bem, mas não, na verdade eu escondia a comida no guardanapo e jogava fora quando todos saiam da mesa. . . eu demorava uma eternidade para comer, teve dias que passei a bater a comida no liqüidificador pois ficava como um suco e não precisava mastigar. Sentia vontade de comer as coisas mais não podia pois se comesse eu iria engordar, todos os dias eu ia na farmácia e a cada dia um kilo a menos, me sentia MUITO FELIZ com isso, pois estava cada vez mais magra. Passava nas ruas e todos me olhavam e eu toda mala me achando a mais linda pois todos olhavam para mim. . . Depois de um tempo eu fiz meu pai comprar uma esteira e uma bicicleta, eu fazia 2 horas por dia, e depois disso colocava várias roupas uma em cima da outra, umas 3 blusas de lã, 2 calças, 2 meias, toca e começava a correr atrás da casa para suar bastante e perder alguns quilinhos. . . Depois de muito tempo minha mãe percebeu, e ameaçava me internar se eu não comesse. Mais como eu iria comer!? Não sentia ânimo para correr, para falar, não tinha forças nem para comer sozinha, eu andava segurando nas pessoas e subia escadas segurando nas paredes, era tudo uma loucura. Minha irmã tinha resolvido me ajudar pois eu estava a beira da morte, ela me levava nos restaurantes e comia demais até chegou a engordar 5 kilos por minha causa, eu nem comia chegava nos lugares comia uns 3 grão de arroz e já levantava por que eu pensava que se eu sentasse após a refeição eu iria engordar. Em casa eu andava com uma almofada na barriga para a barriga não crescer e isso era loucura, coisas que não tinham nada a ver. Eu estava desanimada, e estava entrando em depressão, olhava para minha mãe chorava sem motivos nenhum, tinha vontade de morrer e de viver ao mesmo tempo, sentimentos inexplicáveis. Minha mãe resolveu me levar ao psicólogo, e la eu me desabafei com ela, falei tudo o que eu sentia e aos poucos fui melhorando, eu havia emagrecido 15 kilos eu pesava 49 e tinha 1. 60m e assim me achava gorda, passei a pesar 34 kilos com 1. 60 de altura. Hoje estou com 16 anos e ainda tenho seqüelas, tenho medo de voltar com esses sintomas, mais sei que vou ser mais forte, vou lutar contra isso, pois sei que sou capaz. Eu tinha várias manias não conseguia ficar parada em algum lugar, minha maior e pior mania era arrancar os cabelos, e fazer feridas na nuca, as vezes me revoltava e quebrava tudo que via pela frente, tinha vontade de gritar paro o mundo mais sem que ninguém me ouvisse. As vezes olho pra traz e fico pensando como pude chegar a esse ponto, como pude me deixar levar por essa doença, as vezes nem eu mesma acredito que passei por isso, meus pais sofreram mais do que ninguém, minha mãe nem sabia mais o que fazer, chorava e pedia sempre a DEUS para que eu voltasse como era antes, e enfim hoje estou muito bem, me sinto uma GAROTA REALIZADA, tenho tudo o que eu amo, estou de bem com minha vida, eu me AMO, acho que estou bonita, com um corpinho legal, e todos estão felizes. Confesso que foi muito difícil eu sair dessa situação, mais fui forte e sabia que isso iria passar e eu voltaria a ser aquela GAROTINHA feliz e brincalhona que sempre fui. Esse é o meu recado para todas as adolescentes que sofrem de anorexia nervosa, a gente não percebe e quando menos esperamos essa doença já tomou conta do nosso corpo, e as vezes pode ser tarde demais para que alguma coisa seja feita, vamos acordar, e ver que tem um futuro brilhante a nossa espera, só depende de nós, da nossa força de vontade para sair desse mundo maligno . Afinal pra que isso!!? Pra que querer ser alguma coisa que não podemos ser!!? As pessoas tem que gostar de nós como nós somos e não mudar para agradar ninguém, pois comigo foi exatamente assim, o amor tomou conta e eu quiz ser a menina mais linda somente para agradar meu namorado. Cada um é cada um, e não podemos mudar o que já esta traçado. MENINAS tirem essa idéia de querer ser magra, a gente não percebe mais acabamos ficando esqueléticas e isso se torna feio, vocês estão acabando com suas próprias vidas, pensem que muitos te amam e com certeza estão sofrendo o dobro que vocês, voltem a VIVER isso é o que importa, Vivam constantemente com vontade, com alegria. Não entrem nesse mundinho BOBO, sejam vocês, pensem acima de tudo em seus familiares que estão lutando contra isso. Lute muito, para você sair dessa é difícil mais não é impossível. . . Vamos la nunca é tarde para voltar atrás. O importante é que você se sinta bem e que esteja feliz consigo mesmo. Não desistam pois tenho certeza que seus pais ficariam muito felizes pois colocaram no mundo uma estrelinha pronta para brilhar no futuro. Bjos a todas torço para saúde de vocês que tá em primeiro lugar!!!Ti cuidem, pois nesse momento o melhor é pensar em si própria, ser um pouco esgoísta imaginar que so existem vocês no mundo. . ."

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