A primeira descrição clinica do transtorno foi escrita em 1694 por Morton que chamou de "extenuação nervosa". Mas foi em 1874 que William utilizou pela primeira vez a expressão "anorexia nervosa": forma peculiar de doença que afeta principalmente mulheres jovens e caracteriza-se por emagrecimento extremo cuja falta de apetite é decorrente de um estado mental mórbido e não a qualquer disfunção gástrica.
William Gull descartou a possibilidade de que uma enfermidade orgânica justificasse a anorexia. Na mesma época se produziu a descrição da doença por Laségue como inanição histérica e considerando-a, da mesma forma que Gull, uma doença psicogêna.
Em 1893, Freud descreveu um caso de anorexia tratado com hipnose, um ano mais tarde descreveu a doença como uma psiconeurose de defesa, ou neurose da alimentação com melancolia.
No começo do século XX, a anorexia começa a ser tratada sobre um ponto de vista endocrinológico.
Em 1914 o patologista alemão Simonds, descreveu um paciente caquético, onde ao fazer-lhe autopsia encontrou uma destruição pituitária e durante os 30 anos seguintes, reinou a confusão entre insuficiência pituitária (diminuição de um dos oito hormônios produzidos pela glândula hipófise localizada no cérebro) e anorexia nervosa.
A partir dos anos 30, a anorexia passa a ser estudada sobre o ponto de vista psicológico, deixando no esquecimento as antigas discussões sobre a origem endócrina ou psicológica do transtorno. Russel em 1970 e 1977 tenta mostrar a relação entre as teorias biológicas da origem da doença com as psicológicas e sociológicas, e chegou as seguintes conclusões:
- O transtorno psíquico provoca a diminuição da ingestão de alimentos e a perda de peso
- A perda de peso é a causa do transtorno endócrino
- A desnutrição piora o transtorno psíquico
- O transtorno psíquico também pode agravar de maneira direta a função hipotalâmica e produzir amenorreia
- É provável que exista uma relação entre um transtorno do controle do hipotálamo na ingestão e na recusa da alimentação, característico da anorexia
- O transtorno hipotalâmico poderia alterar as funções psíquicas, gerando atitudes anômalas frente ao alimento, imagem corporal e sexualidade.
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