Nascida em Jundiaí numa família de classe média, sonhava em ser modelo desde criança: por sorte (ou azar), venceu um concurso realizado no interior; pouco depois foi descoberta por uma agência e, começou a "modelar". com 13 anos. "Só a deixei viajar para o exterior sem eu ir junto depois dos 17. O que eu podia fazer? Não tinha dinheiro para pagar a minha passagem", conta a mãe, Míriam Reston, 58, ex-ourives que há cinco anos virou vendedora de rua. "Me roubaram quatro quilos de ouro em casa." Não era fácil dar atenção a uma menina que, com 17 anos, não parecia preparada para passar temporadas de três ou quatro meses em países distantes como China, Turquia, México e Japão. Amigos reunidos na saída do cemitério de Pirapora do Bom Jesus (Grande SP) contavam que, no México, Carol enfrentou falta de trabalho, foi abandonada pela agência e não tinha dinheiro para comprar o tíquete de volta.Ali, foi "adotada" por sua última agência, a L'Equipe, que a enviou do México para o Japão. "A Carol chegou a fazer um catálogo para o (Giorgio) Armani, mas, pouco depois, a correspondente da agência lá me ligou dizendo que ela estava magra demais. Isso me pareceu preocupante vindo de uma profissional acostumada a lidar com modelos. Achamos melhor trazê-la de volta", conta a dona da L'Equipe, Lica Kohlrausch.
A empresária diz que não percebeu, ao olhar para a menina na volta, nenhum sinal físico de anorexia. "Esses casos são raros. Eu tive apenas uma menina anoréxica, em 1986, e nunca mais." De acordo com a psicóloga Maria Beatriz Meirelles Leite, que há quatro anos presta serviço a agências de modelos como Ford e Marilyn, " 20% das meninas que chegam a ir para o hospital morrem". Ela explica que, quando a modelo chega ao psicanalista, já passou por um clínico e teve o Índice de Massa Corporal (IMC) aferido. "A essa altura, o indicado é uma terapia intensiva. O passo seguinte é convencer uma adolescente a freqüentar um psicólogo. A maioria sente vergonha e preconceito. Elas não querem se achar "doentes"."
A mãe de Carol e amigos próximos dizem que a modelo chegou a ser atendida por especialistas e fez tratamento, mas resistia a aceitar que estava doente. "Ela não gostava se pedíamos que comesse. Quando comia, era pouco e, logo depois, entrava no banheiro", conta a prima Geise Strauss, 30, com quem Carol morava em suas temporadas no Brasil. Pegamos apenas os remédios que estavam na bolsa dela. Tinha os remédios para infecção urinária e, também, moderadores de apetite - comentou.
Maçã e tomate
Nos últimos tempos, a modelo vomitava o (pouco) que comia. Quando se pergunta o que, exatamente, ela comia, a resposta de Geise é: "Ela gostava muito de maçã. Adorava tomates também". Difícil viver só disso, especialmente se ainda se tem de complementar o orçamento fazendo um bico à noite como promoter de boate, distribuindo panfletos para atrair frequentadores. "O que ela mais queria era me ajudar", conta Míriam, a mãe, que luta também com o recente diagnóstico do marido doente de Mal de Alzheimer.
De acordo com o namorado de Carolina, o também modelo Bruno Setti, 19, a menina costumava dizer: "Passo por isso (distribuir folhetos) para ajudar minha mãe." Para a mãe de Bruno, Viviane Setti, 42, todas as modelos deveriam ser alertadas, pelas agências, do perigo da anorexia. "Uma empreiteira não se responsabiliza pelo empregado da obra que trabalha sem capacete?", compara.
Viviane explica que não se trata de uma campanha contra as agências, mas a favor das modelos em uma tragédia recorrente. "Não há nada de glamouroso em um fim assim."
E ela trabalhava com dores para não perder trabalho, nem ia as consultas marcadas. Carol estava muito mal, já sentia que dessa não ia se salvar e acabou escrevendo uma carta.
A carta Ana Carolina Reston antes de morrer:
Hj é só + um dia p/ q eu voe por terras distantes, desconhecidas/pelo passado de fama q me faz sonhar q sou alguém importante/q sou vencedora e q tenho tdo o q necessito no meu mundo!Mas sabe pq?? Por amor que senti que iria doer muito depois/e q essa dor um dia iria me matar.E cda lágrima significa algo q está longe./Eu tbém ñ sei quem sou, estou diferente, frágil/ qria carinho. Lá eu tinha um colo ás vezes, aqui eu tive, pq eu perdi.Sinto falta das meninas, mas passou, eu ñ entendi, eu ñ sabia pq elas me cuidavam, eu ñ qria +/agora é o q eu mais qro/Qro escutar as meninas me defenderem qndo a Maria brigou cmg/qro escutar q eu sou o bebê da Marcela/rir e chorar/e se encantar depois q passavam a mão no meu cabelo/daquele jeito e falava q eu era linda/languida/q eu parecia uma girrafa. Ela era louca/E a Dani q eu podia/contar com ela msmo q eu não tivesse nada p/ contar, só p/ chorar, e foram mto os desabafos e abraços apenas sentidos e as meninas pareciam um porto seguro, em pouco tmp eu so quero luz e Deus na vida delas...
encontrei meus anjos, alguns ainda vou encontrar.
Hoje estou trabalhando/encontrei mais um.
E amanhã se for chorar ou sorrir... só Deus dirá, pq amanhã é só mais um dia...
TE AMO MÃE... PERDÃO DEUS!!!!!
2 comentários:
carta muitoo profundaaa da modelo
o meu sonho e ser uma modelo
mas por causa de uma menina que tinha um grande sonho de ser modelo vouu mi cuidarr , sou magra tb peso 40.0 tenho 15 anos , e o pessoal so fala thamara vaii comer meninaa e eu faloo nao deixa eu comer na hora que tiver com fome
isso e um grande risco de vidaa
Ana Carolina que vc esteja bem com os anjos
Que triste essa carta de Ana Carolina reston
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